A adoção do modelo político neoliberal pelos países da América Latina entre o final da década de 1980 e o início da década de 1990 configurou, entre tantos outros impactos, uma mudança significativa no processo de produção agrícola, com claro incentivo à agroindústria de exportação, sobretudo aquela baseada em monoculturas latifundiárias (soja, milho, algodão etc.). Tal mudança, cujo mote principal era o aumento da produtividade agrícola, foi suportada, em grande parte, pelo implemento de novas tecnologias de produção, em especial uma série de agentes químicos utilizados tanto para o controle e o combate a pragas quanto para o estímulo do crescimento de plantas e frutos. O impacto do uso extensivo e indiscriminado destes agentes para as atuais e futuras gerações de trabalhadores é incalculável, assim como é difícil dimensionar os danos ambientais e sociais associados. No presente artigo, é discutido o papel do uso de agrotóxicos na produção agrícola, contextualizando o panorama da produção agrícola nacional e regional e as decorrências – econômicas, sociais, ambientais e sanitárias – das políticas neoliberais voltadas para o campo.
Palavras-chave Agrotóxicos, Neoliberalismo, Produção agrícola, Trabalho rural
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